A perda de memória que perturba a vida diária pode ser um sintoma de Alzheimer ou outra demência. No mundo, estima-se que 50 milhões de pessoas sofram de demência – grupo de distúrbios cerebrais que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Doença de Alzheimer é responsável por até 70% dos casos de demência.
O
Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a diminuição das funções
cognitivas. Em poucas palavras, as células cerebrais morrem, prejudicando a
função mental. A progressão da doença acarreta em problemas mais graves, como o
esquecimento de fatos mais antigos, a desorientação no espaço e irritabilidade.
No
Brasil o cenário é particularmente desafiador. O número de indivíduos vivendo
com demência deve triplicar até 2050, segundo relatório da Organização Mundial
da Saúde. O número de pacientes diagnosticados com Alzheimer deve crescer em
proporção semelhante.
Ainda não há cura para a Doença de Alzheimer, o objetivo do tratamento se limita a frear os sintomas. Por trata-se de uma enfermidade de evolução progressiva e inexorável é preciso viabilizar soluções que melhorem a qualidade de vida dos pacientes e dos cuidadores.
A doença de Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma
lenta e inexorável, ou seja, não há o que possa ser feito para barrar o avanço
da doença. O
quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios:
- Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais.
- Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia.
- Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva.
- Estágio 4 (terminal): restrição ao leito. Mutismo. Dor à deglutição. Infecções intercorrentes.
Alguns sinais podem ajudar no diagnóstico precoce da Doença e Alzheimer:
1 - Esquecimento das informações aprendidas recentemente, datas ou eventos
importantes, fazer a mesma pergunta repetidas vezes;
2 - Dificuldade
de lidar com números, dificuldade de se concentrar;
3 - Dificuldade
em concluir tarefas diárias como uma lista de compras, por exemplo;
4 - Podem
perder a noção de datas, dias da semana, estação do ano e a passagem do tempo;
5 - Podem
ter problemas com o vocabulário, confundindo o nome de objetos;
6 - Podem
ter alterações da visão e do equilíbrio;
7 - Podem
não lembrar onde guardou as coisas ou guardá-las em locais incomum e não
conseguir encontrar;
8 - Podem
não manter ou ter dificuldade de acompanhar uma conversa;
9 - Podem sofrer alterações de humor e de personalidade;
10 - Mudanças de julgamento ou de decisão.
A
Doença ainda não possui uma forma de prevenção específica, no entanto
acreditamos que manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons
hábitos e estilos, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da
doença.
Com isso, as principais formas de prevenir, não
apenas o Alzheimer, mas outras doenças
crônicas como diabetes, câncer e hipertensão, por exemplo,
são:
- Estudar, ler, pensar, manter a mente sempre ativa.
- Fazer exercícios de aritmética.
- Jogos inteligentes.
- Atividades em grupo.
- Não fumar.
- Não consumir bebida alcoólica.
- Ter alimentação saudável e regrada.
- Fazer prática de atividades físicas regulares.
Converse com seu médico caso você perceba alguns destes sinais. A Doença de Alzheimer quando diagnosticada no início, com tratamento adequado, ajuda a impedir a progressão e amenizar os sintomas, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente e reduzindo o sofrimento dos cuidadores e da família.
Por Dr. Washington Pereta Tavares
Médico Neurologista